é tudo de alguma saudade.
Sábados eram, por direito, das
avós. Pela tarde daqueles antigos dias íamos, eu e meu pai, levar meus avós de
volta ao sítio. O carro ganhava os desenhos da velha estrada mais uma vez
enquanto uma fina chuva de poeira tamborilava no ar, itinerante.. Vovó no banco
da frente de vez em quando me olhava com olhos-sorriso. Sertão no encobria e
perto da porteira eu sempre deixava um pouco mais meus olhos nesse amarelo e
nessa árvore solitária. Com que idade a poesia nos é desperta? [estado permanente
da alma]. Chegávamos: sítio, quintal imenso. Tomava café nos batentes da
cozinha e entar[descia] devagar – até hoje gosto de tomar café debaixo do sol.
Corpo permeado, arvorado: amor, cores, águas, ruídos, mato, tempero, céus,
liberdade, infâncias.. voltávamos pra cidade. Eu sempre com alguma fruta na
boca. Minha vó, meu avô e meu tio ficavam nos olhando até que sumíssemos no
nosso retorno. Eu também os olhava. Coração cheio. Uma paz do tamanho disso
tudo.
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