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Mostrando postagens de março, 2012

tempos.

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Era domingo e o céu invernal meio alaranjado fez-me ver aquela terra como um sítio arqueológico de minha própria vida. Parece que cada árvore, compartimento, estrada e recanto oferecia um vestígio do que foi minha criação. Com o sol quase em total epílogo, vi nascer uma lua cuja origem me pareceu teórica demais. Nasceu no leste, vai desaparecer no oeste. Pensei. Porém, houve um tempo em que esperar a total escuridão da noite no sítio dos meus avós representava a êxtase das brincadeiras, o surgimento voluntário dos primos que viravam seres híbridos, ou seja, os lobisomens, na tentativa de suscitar medo, concebia a certeza do dia seguinte onde tínhamos uma jornada de realizações em que nenhuma incorporava responsabilidades. As chuvas torrenciais simbolizavam primeiramente súplicas, com o consentimento dado, à natureza proporcionava o resto. Com certeza era a liberdade. Debruçar-me sobre os perigos que a vida apresentava de forma tão intencional, sistemática e inoc