A expectativa é uma lástima perfeita, que por hora nos dá esperança, e por outra nos tira.
Imperfeitamente acreditei nela, e tive a decepção como resulta...
Grandes nomes que eu admiro, dignos da repercussão
mundial assim como, Albert Einstein, o teórico da relatividade, ou mesmo, um
mais próximo como Machado de Assis, pai do realismo, são exemplos de gênios
autodidatas, os quais eu enfoco em forte reflexão, cada um de seu modo
encontrou suas vocações sem frequentar a escola diariamente. Esses foram um
grande espelho pra mim nos últimos meses.
Eu amo a minha escola, foi lá que conheci
pessoas realmente preocupadas com meu futuro, que mesmo com poucos instrumentos
ao seu favor, contribuíram para a mudança e a absorção de parte do que eu sou
hoje. Foi na escola que professores transmitiram eficazmente os
vários ângulos da supervivência; o mundo, como ele funciona, de quê nós seres
vivos somos constituídos, como se deu nosso presente a partir da complexa
história, porque é importante o uso da linguagem, seja o nativo, ou
estrangeiro, porque a noção crítica deve ser formada pelos jovens e empregada à
sociedade, e muitos valores.
Voltando para a expectativa, e para os gênios,
queria destacar minha necessidade contígua. Albert Einstein disse: "O
que se aprende antes dos dezoito anos, acredita-se proveniente da experiência.”
Eu nunca vou culpar algum insucesso meu aos meus educadores, afinal muito do
que eu sei devo a eles.
Quando eu interpreto essa frase de Einstein imagino
que ele queria expressar que o aprendizado é algo multíplice e abarcado no
psíquico da mente ao longo da existência; é isso que faz sentido no processo da
evolução, por exemplo, pra os homens pré-históricos dominarem o fogo
decorreu-se um longo processo de vivência e observação; até a sociedade usar
uma forma definitiva de escrita foi preciso muitos séculos e a influência de
diversos povos. Para Newton postular suas leis de mecânica se doou quase toda
vida. Até a formação do planeta terra se deve a um procedimento contínuo de
mudanças e de adaptação.
Toda essa complexidade de palavras, que podem ou não
fazer sentido, diz respeito ao sentimento corrompido do qual eu também faço
parte.
Afinal o conhecimento nunca será incorporado ao
espírito sem total doação e treino, ele é consecutivo, conquistado em todas as
esferas, e a formação escolar é de suma importância nesse crescimento. Mas, a
dedicação fora da escola substitui muitas vezes esse sentido. Mas como? Até
agora eu não entendi onde ficaram minhas opiniões, até onde eu sou parte
importante na aparência do governo, e até onde sou importante na realidade que
serve a minha situação no que diz respeito à política educacional. Eu vejo
muitas leis que protegem meus direitos, porém ao meu mesmo tempo não consigo
usar nem uma ao meu favor. Talvez se eu fosse do tipo que vai pra escola só por
obrigação eu não me sentisse indignada. O que acontece é que me é imposta uma
política discriminatória, na qual a educação é a parte menos respeitada, eu não
tenho direito nem de estudar.
Eu penso como seria o nosso presente se os
grandes gênios desistissem na primeira vez; até se descobrir a composição do
átomo, só por ilustração, foi preciso pesquisa e estudos árduos de muitos
físicos e químicos, desde Dalton até Bohr. Então eu não quero dizer que vai ser
em um ano que eu vou fazer jus a um aprendizado que deveria ser de uma vida
inteira, mas ao mesmo tempo em que conheço minha capacidade, sei que necessito
continuar estudando diariamente como antes pra me realizar, só que infelizmente
não está mais a meu alcance.
Eu venho me preparando de verdade pra o vestibular
desde o momento que escolhi como curso, Direito. Não o escolhi por status, mas
porque tenho verdadeiro fascínio pelo ideal de ordem e justiça. Eu não tenho
medo de não passar na seleção, eu tenho certeza que um dia eu vou conseguir,
porque eu tenho capacidade suficiente. O que tirou minha esperança pra
esse ano é que por necessidade meus professores irão pagar as aulas da greve à
tarde e noite, justamente as horas que eu “necessito” para me preparar pra
minha prova. Sendo assim não há sentimento que revolte e retrate minha
indignação, a governadora me tirou os professores e agora me tira o direito de
estudar mais uma vez, como eu vou me sentir capaz se não tenho escolha, se sou
convicta que irei concorrer com pessoas preparadas intelectualmente, de escolas
federais e privadas que não sofreram a interferência da greve?
Eu gostaria de gritar para a excelentíssima
governadora que “Eu Não Tenho Culpa da Irresponsabilidade de Ninguém,” seja um
problema antigo ou novo, eu não me importo. Não cabe aos governantes resolver
os problemas? Onde está a minha necessidade? Ninguém discute isso? Será que
existe uma proposta pra mim? Justifique-se porque eu não tenho nenhuma
artimanha em mãos, e você trabalha pra mim, ou não?
Sinto muito mais, pelo menos o meu neoliberalismo
deixa-me queixar!
Eu sei que lágrimas e lamentos não vão adiantar.
“Entendo, perfeitamente, meus professores, eu sei a luta que eles ‘sobrevivem”
todos os dias, a lamúria de depender de um estado perverso e cínico. Não julgo
meus professores, os admiro. Eles são tão vítimas quanto eu. Mas desejaria
sinceramente que tudo isso fosse mentira, um sonho embuste, em que eu pudesse
acordar e estudar tranquila para minha prova, preparada como eu quero. Mas
infelizmente por esse ano chega! Eu estou cansada de lutar contra o tempo sem
nenhuma consideração dos políticos, eu desisto de chorar, de lastimar os
prejuízos, de ficar calada enquanto me tiram até o mais simplório dos meus
ideais.
Tornando aos autodidatas, muito do que eu sei, eu
aprendi estudando em casa. A dedicação realmente se baseia nos sonhos, tudo que
é verdadeiramente ambicioso é autêntico e nos dá ferramentas de constantes
buscas. Os sonhos deveriam nortear a vida dos mais poderosos para
que ao invés de extrair os meus, pudessem nos amoldar em ramos
convenientemente castos para alcançarmos a almejada igualdade social, se fosse
assim eu não estaria escrevendo isso agora. Essa seria uma solução profícua.
Infelizmente está longe...
Eu não sei o que será daqui pra frente. Se o resultado
de tamanho esforço, de ficar o dia inteiro na escola será conveniente para o
meu futuro. Com certeza não será pra o meu vestibular. Principalmente porque
não poderemos aproveitar essas aulas.
Eu torço por cada um dos meus professores, que eles
sejam recompensados dignamente e como eles merecem. Minha escola, embora não
tenha fama, foi a única que me ofereceu professores preocupados,
justos e qualificados, que ensinaram de forma que preenchesse a carência
educativa de cada um. Em outras escolas de “boa fama” isso não ocorre, ocorre a
preferência, a exclusão!. Eu já estou convencida de que não há nada a
fazer, só sofrer essa é minha real situação. E afrontar, para que meus irmãos
conheçam uma realidade diferente.
Peço a Deus que a cada dia meu sonho se fortaleça, que
eu não me espelhe na ruína que a política impõe, não só a mim, mas a todos os
colegas da escola. Peço que Ele não me abandone, nem me Veja como fraca, que
Esteja comigo ano que vem com muita honra. Que esse desânimo seja responsável
por nutrir minha esperada conquista, que a expectativa da esperança
empunhe sempre em minhas ações até o tão sonhado grito.
Luana Cristina
29 de julho, 2011.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirÉ verdade, Luana!
ResponderExcluirTbm estou tenho que conviver com a greve.
Que texto emotivo, realista.
Me lembra os filósofos do existencialismo, a ideia de determinismo.
Nós somos responsáveis pelos nossos atos, eu acredito nisso, mas não nesse caso, onde a irresponsabilidade do Governo ultrapassa as leis da natureza, os direitos humanos. Aonde vamos chegar, né?!
Lú, sou revisora dos seus textos e posso falar do seu mérito, parabéns sempre, sou sua admiradora. Max está certo, você está na universidade. Um beijo bem grandão
ResponderExcluirquero mais uma vez parabeniza-la e dizer q seu texto é bastante reflexivo e prescreve momentos q já passaram e q ainda serão vividos: falo da esperança !! estou um pouquinho chateado né, mas nada q não me faça reconhecer seu talento !!
ResponderExcluirluana vc e 10 parabem pelo seu talento que deus lhe coseda sempre assim .maria da guia e familia deseja tudo de bom pra vc e o que seu tio dede lhe deseja.1 de agosto de 2011
ResponderExcluirola, luana
ResponderExcluirDou o maior apoio a você. você fala e escreve muito bem, logo deve gostar de ler, e isso é o que você vai mais fazer ao longo do curso.
sou estudante de direito da ufrn em caicó
tente o vestibular para aqui. tenho colegas que viajam diariamente para aqui.
boa sorte