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Não
raro, me pego estudando o céu. Ouvindo-o. Questionando-o.
Hábito
comum aos meus... Herdei a prática, especialmente, do meu avô paterno, Basto.
Homem legítimo do campo, tinha os traços típicos da sertania, dos sertanejos
vernáculos do nosso lugar, hábeis espíritos agrestes, e peritos da previsão
invernal.
Assim
também era meu avô materno, cujo nome também era Sebastião... E assim eram e
são tantos outros e outras.
Acari
acordou banhando-se. Despertamos com a chuva...
Contemplei
enquanto pude. A expectei. Até deixei um pouco de lado o resto do cenário. Nem
procurei o nascer do sol, pra minha futura surpresa. A chuva, o que ela
afetava, acabou sendo o personagem principal do alvorecer.
Assim
tem sido, todavia.
Cada
mínimo indício de chuva tem acalentado nossa esperança, seja ela pelo que for.
Sofremos com a secagem das águas no nosso lugar, mas o devagar dos sons, cores,
cheiros, o tinir da água lavando os telhados, o pé de seriguela encharcado
vestido de gotas, a água ladeando as ruas, os sopros frios do vento, os
besouros e mariposas que trocam de casa, os trovejos e lampejos e até os dias
de céu carregado insistente em não deixar os pingos ruírem... têm iluminado
essa esperança apreendida, aprendida. A esperança de que esses são os prelúdios
de uma invernia. O inverno que esperamos, desejamos. Mas que se não forem,
esperança de que a vida continuará costurando seus milagres em suas cores,
cheiros, sons, sentidos. ..
A
simplicidade que tudo acerta.
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Sou
grata à vida pela tríade em que fui criada: Sítio-Acari-Gargalheiras.
São meus lugares.
Há
pouco tempo, quando tive valentia suficiente para visitar
o açude gargalheiras, emocionei-me, à primeira vista, com
as pedras descobertas, secas no chão longo longo e ávido por água. Conheci, no
atrevimento primário da infância, o relevo de muitos daqueles rochedos. Tenho
lembranças fidedignas daquelas fisionomias. Seus lugares mais íngremes, e os
estáveis. Muitas vezes calejei as mãos de tanto me moldar a essas ingremidades,
subindo as pedras para depois transpô-las em saltos nas águas. Do mesmo modo
acontecia no sítio.
Com
aquela secura, no entanto, vi um mundo desconhecido. Fiquei silenciosa como as
pedras.
Parabéns prima, pelo lindo trabalho, não conhecia seu blog, acredite, fiquei emocionada por cada palavra citada. Lindos textos, apaixonada por tudo.
ResponderExcluirPrima, que felicidade seu comentário! Muito, muito obrigado! Bom demais receber suas palavras!
ResponderExcluirSaudade enorme de todos vocês! Os amo muito! Abraço forte!