Tenho o hábito antigo de sentir
palavras. De amar a vida que há nelas. Do meu pé-de-seriguela observava as
pessoas passando pela ponte sem que jamais me vissem. Cada uma seguia
diferente, cada uma carregava o infinito único que a fazia viver. Eu inventava
histórias para aqueles passantes. Condensava o que sentia vago no preciso
[inventivo]. Cada palavra era um lar imenso, cujo espaço era preenchido como eu
quisesse.
Tenho o hábito de pensar sobre as
coisas que carrego dentro de mim. Às vezes, pesa. É insustentável. Às vezes é
tão leve como um silêncio e tão bonito como uma saudade, como a existência das
coisas misteriosas cujas palavras não penetram.
Nesse espaço virtual, há um pouco
de tudo que não me abandona. Há um pouco do que eu levo. Do que eu sinto.
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