Apoio a educação


Para Piaget, “toda moral consiste num sistema de regras e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito”.
Os direitos são claramente vinculados na sociedade pelas mídias, o respeito às regras que devem vir dos representantes do país e também dos representados, norteiam a consciência – queira ou não, de todos. No entanto, arcaicos preconceituosos desmerecem a educação no nosso país. O que vemos? Governantes satisfeitos com a situação atual da educação, que veem os direitos da categoria dos professores como uma mordomia, e que não enxergam retrocessos se os direitos não forem cumpridos, assim, desrespeitam e inibem essa classe trabalhadora tão essencial para o crescimento do país em seus benefícios.
Visto como um dos piores na educação do Brasil, o Rio Grande do Norte faz jus à consideração. No início de maio de 2011 se iniciou a greve na educação do referido Estado, com direito legítimo, que tem como objetivos principais a reivindicação de melhores condições de trabalho, e cumprimento das leis do Piso Salarial, - direito de todos os professores, no entanto, a Governadora do Estado, se mostra indiferente à política dos trabalhadores que no ato de um mês de greve atinge 90% das escolas públicas em todo o  Estado, essa indiferença da Governadora é mais um acréscimo de vergonha, já que a própria  se diz  também professora.
Em todo Brasil vemos o festejo dos governantes, quanto à educação. Eles apregoam para o mundo que as taxas de analfabetismo estão se erradicando e os dados estatísticos mostram o crescimento da escolarização no país, todavia, existem diversos argumentos refutáveis que destroem esse juízo equivocado, entre eles podem ser citados aqueles eloquentemente proferidos pela professora Amanda Gurgel na audiência pública, a qual tomou voz e representou de forma autêntica os professores não só do RN, mas do país.
 A falta de estrutura das escolas, da merenda dos professores, a situação a qual o professor se submete para angariar seu sustento, ministrando aulas nos três turnos do dia sem ter sequer tempo para o planejamento das aulas. A isso tudo se soma a falta dinheiro para se locomover de uma escola para outra. Desse modo não há qualidade nenhuma no ensino para alunos de colégio público, pois, não tem como se dar assistência necessária.
 Nas redes sociais podemos encontrar textos reacionários que até discriminam os professores alegando que estes estão colocando em primeiro lugar seus objetivos deixando em desvantagem o aluno que não terá aulas, comparando até com os alunos de colégios particulares que têm aulas normais e preparação adequada - digamos para o vestibular. Isto posto, vale ressaltar que pelos referidos argumentos, vemos que a estrutura social da escola há tempos está esfacelada e que mais vale ficar uns dias sem aula que ter professores desestimulados e desarticulados para o ofício, o que gera aí sim prejuízo. Pois, eu como aluna de escola pública afirmo que meus professores têm melhores atributos para lecionar que muitos professores particulares, só lhes faltam recursos.                  
É válido acrescentar que a carga horária triplicada reserva também graves conseqüências a saúde dos professores. Triste exemplo pode-se citar o caso que ocorreu no dia 15 desse mês, na madrugada da referida data um professor da cidade de Parelhas morreu de um ataque fulminante em virtude de sua vida atarefada. Alexandre mais conhecido como Lili tinha apenas 28 anos e lecionava em quatro escolas e dois cursinhos para manter razoável qualidade de vida, porém,  essa busca lhe trouxe prematuro fim. Aí fica a pergunta: quantos mais terão que dar suas vidas até que o governo perceba a importância na educação da parte elementar que é o professor? Isso indigna qualquer um.
O SINTE está desde o princípio prestando apoio aos professores, a situação é vista como alarmante; A coordenadora do SINTE afirmou - “Não queremos tratamento diferenciado, queremos igualdade no tratamento”.
No dia 26 de maio uma manifestação do sindicato com caráter estadual, deu destaque aos alunos que gritavam indignados – “O professor é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo”! .
O fracasso na educação encontra sua resposta em governos como o do RN, cujas origens remontam uma história inteira de repetições e deveres descumpridos.
A greve enseja seu ponto crucial, e a popularização tem caráter nacional, o que traz outro motivo irremediável para a continuação.
Como alicerce para a não concessão dos direitos aos educadores, o governo argumenta não haver verba suficiente, pois, estão ressarcindo dívidas deixadas pelo governo anterior; contraponde-se a isso devemos dar ênfase que estamos falando de um governo estadual, em que as verbas são renovadas mensalmente, e ademais, segundo o DIEESE, o Rio Grande do Norte arrecadou em tributos no primeiro semestre deste ano, nada menos que R$ 776 milhões, assim fica claro o descaso com o dinheiro público que não tem maneiras para somar aos professores seus benefícios, mas tem condições de manter os escândalos de corrupção.
Concluo ressaltando a falta de respeito com o dinheiro público, e principalmente com os professores, esses são os formadores essenciais para construção de um país digno, deles podemos esperar todas as bases para o futuro, eu espero o fim da greve lutando ao lado dos meus educadores, que entre outras lições me ensinaram a nunca desistir dos meus ideais.
                             Como diz minha professora: Vamos em frente !

                                                          Luana Cristina
                                                   

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