Olimpíadas de Língua Portuguesa 2010
nove de março, 2011.
No dia 11 de novembro de 2010 fiquei sabendo da aprovação de um texto meu nas Olimpíadas de Língua Portuguesa do Brasil.
No dia 11 de novembro de 2010 fiquei sabendo da aprovação de um texto meu nas Olimpíadas de Língua Portuguesa do Brasil.
Foi um
acontecimento marcante, uma sensação infinitamente satisfatória.
Foi a
emoção da 1° conquista.
Viajei
para São Paulo junto com minha professora Jaecia, também muito feliz.
As
olimpíadas pediam um texto do gênero artigo de opinião, com tema "O
lugar onde vivo". Desde alguns meses vinha estudando na escola este
gênero; almejava participar do concurso, mas a classificação como semifinalista
em todo Brasil não era mais que um sonho longínquo.
Logo
após uns meses depois de passar pela etapa escolar e municipal enviaram meu
texto, escrito acerca de um problema que me aflinge muito dentre vários da
minha cidade.
Eu moro
em Acari, uma cidade pequena que não passa de 13 mil habitantes, e o
assunto que escolhi para opinar foi em homenagem a meus avós maternos, já
falecidos.
Dissertei
sobre nosso grande açude Gargalheiras ou mais precisamente sua poluição.
Cresci
escutando histórias sobre o grande reservatório. Meu avô participou da
construção da estrutura que suporta a água; a parede do açude, e ele fazia
questão de relatar, sempre com muita emoção e orgulho, toda história
que brandiu daquela construção. Quando ele faleceu a barragem já se
encontrava poluída e desvalorizada, mas meu avô nunca soube disso.
Minha professora
deixou a critério de cada um o assunto a qual abordaríamos e me vi na obrigação
de prestar esta ultima homenagem a meu avô em uma forma de protestar o absurdo.
Ao longo do ano, nessas etapas do concurso, só pude saber da minha aprovação no
dia 11, como tinha falado, e recebi minha medalha no exato dia que fazia 1 mês
da morte da minha vó Antônia. Uma grande mulher que sempre acreditou em mim.
Não fui
campeã das olimpíadas. Mas, me orgulho muito de ter representado o Rio Grande
do Norte, juntamente com Jaecia. De 7 milhões de alunos ter ficado entre os 125
melhores articulistas em todo Brasil foi uma honra imensa e inesquecível.
Orgulho-me
também de tudo que consegui através desta conquista. Do apoio que recebi das
pessoas que amo, dos meus amigos. De poder dizer a 30 pessoas que estavam na
minha sala lá em São Paulo, e que eu não conhecia, o quanto meus avós foram
importantes e o quanto eles influenciaram em minha vida.
Agradeço
infinitamente a todos que acreditaram em mim, em especial minha professora
Jaécia.
Abaixo
esta meu texto semifinalista das olimpíadas; um tanto resumido tendo em vista o
original.
Nosso Oásis é maravilha?
O Brasil é
um país rico no que diz respeito a quantidade de água, contudo esse
privilégio cai quando se fala em qualidade; O IBGE estima, por exemplo, que na
região nordeste todos os tipos de reservatórios de água já apresentam
formas de contaminação.
Eu moro na cidade Acari, onde encontra-se o oásis que é marco referencial
do nosso seridó: A barragem Gargalheira; considerada uma das maiores do Rio
Grande do Norte, eleita terceira maravilha do RN, é o principal ponto
turístico da região Nordeste Potiguar; e são dessas águas que estão vindo os
principais problemas, pois o que era considerado a riqueza e vida da cidade
tornou-se um grande depósito de lixo. Foi detectado dentro do açude um
esgotamente sanitário, todo esgoto da cidade de Currais novos e adjacências é
despejado nos afluentes que deságuam no Gargalheira.
A barragem construída em concreto há 50 anos pelo DNOCS é de suma importância
para a economia local do município; são 40 milhões de metros cúbicos em uma
área de 780 hectáres que dá suporte à irrigação, balneários, coleta de peixe e
camarão, turismo, além de abastecer com água Acari, Currais novos e outras
cidades que através de caminhões pipas também se beneficiam; a situação é
preocupante e acarreta muita revolta, pois a poluição ocupa níveis
exacerbados de substancias toxicas que causam sérios danos à saúde. Foram
feitas pesquisas no reservatório pelos departamentos de química, física e
biologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte(UFRN), que
descobriram o nível catastrófico de acúmulo de cloriformes fecais e
cianobactérias (microorganismos provenientes do excesso de nutrientes) numa
densidade de 1 milhão de células por milímetro, que representam um risco para
humanos, pois estão relacionados a incidência do mal de Alzheimer que causa
degeneração do cérebro e em outras concentrações câncer no fígado, mas as
maiores preocupações estão nas toxinas que essas bactérias produzem, já que
algumas agem rapidamente no organismo podendo matar um mamífero por parada
respiratória, ademais, estão favorecendo o processo de eutrofização que
em menos de 2 anos reduziu em 85,5% a biodiversidade aquática do açude.
O orgão responsável pelo tratamento da água é a CAERN (Companhia de Águas e
Esgotos do Rio Grande do Norte) através da mídia diz ter investido 916 milhões
para o tratamento e saneamento no nosso estado e esporadicamente
distribui planfetos anexados às contas de água mostrando dados positivos
da qualidade da água, entretanto, no meu ponto de vista, a cor verde que
forma uma espécie de tapete e o odor desagradável mostram uma
situação contrária, resta a pergunta: todo esse dinheiro não foi
suficiente para chegar até o nosso município?
Enquanto alguns cidadãos exaltam somente a beleza do açude, e concluem que as
águas são renovadas com as chuvas, eu penso que deveriam observar
principalmente que o nosso clima semiárido evapora em curto tempo essas águas ,
e também lidamos com secas prolongadas, está claro que a poluição é permanente.
As autoridades municipais, estaduais e federais há tempos foram
alertados, mas até agora não houve resultados satisfatórios; será que vai ser
preciso acontecer a mesma acão ocorrida na Bahia, na barragem de Itaparica,
onde 88 pessoas morreram pelo consumo da água também infectada pelas
cianobactérias, para que nossos governantes tomem o problema como sério? pois
enquanto nada é feito a população continua consumindo essa água.
Eu clamo por políticas públicas sérias que tragam a reabilitação e tratamento
do açude, para haver pelo menos a sustentabilidade; é muito triste ver
que as águas que me banharam a vida inteira podem matar, ou pior, morrerem, e
que toda aquele fonte de água que um dia gerou abrigo, alimentação e
emprego hoje é desvalorizada e simplesmente ignorada.
Bactérias no leito.
Parabéns, Luana! Olha, imagino como era lindo esse açúde, maravilha essa que pelo menos na região que vivo aqui em Minas Gerais não se vê! É triste ver a situação em que ele se encontra, visto que as cianobactérias contaminam-se e acarretam mtas doenças causadas por essas espécias. O seu texto está rico de dados, informações e você deixou claramente explicito a sua opinião, li quase todos os textos finalistas e te garanto que o seu está melhor que mtos que estão lá, pois o seu tema é de relevância ambiental, algo que é de mto mais interesse a nós, leitores. Parabéns pela iniciativa e, diariamente, estarei aqui em busca de novos textos. Adorei as imagens tbm, mt bem ilustrado!!! Abraços, Eduardo!!!
ResponderExcluiroláá luaninha,não podia deixar de prestigiar sua homenagem textual á seus avós ! confesso q até lembrei lá do dia em que vc se ausentou da festa por causa q fazia, naquela data, certo tempo q sua avó tinha falecido e assim, oq tenho a te dizerÉQ se seus avós estivessem vivos, mesmo se eles vessem a calamidade do açude, certament eeles teriam do que se orgulhar pelo exemplo q vc deu a partir do seu texto e aonde quer q eles eles estejam nesse momento, sei q eles estam orgulhosos pela sua valentia em buscar valorização daquilo qlhe tras saudades !!! BEEIJOS E ADOREI SEU ARTIGO !!
ResponderExcluirLuana Parabéns!
ResponderExcluirSeu texto está ótimo e o que me deixa mais feliz é saber que mesmo não tendo passado para final você ficou satisfeita de saber que o problema agora está divulgado. E, na vertdade é aí que percebemos que para você o importante realmente é a solução para o açude, não a "fama", digamos assim. Isso é uma atitude de uma verdadeira cidadã, de uma pessoa qua antes de pensar em prestígio pensa em sua comunidade, sua família.
Parabéns, mais uma vez!