infinidade
O sol surgia preguiçoso no céu que acordava. Os raios ainda madrugados ultrapassavam o telhado... Os passarinhos cantavam seu retorno, os galos trabalhavam... pra mim, era o dia ganhando movimento, ruídos, vibrações. Mais uma vez estreando seus contornos visíveis e invisíveis... Eu esperava outro sinal para levantar da rede. E lá estava ele em desenhos de som: O chinelo se arrastava barulhento pelo caminho, a passos que não desistiam nunca . Era isso a minha avó Ana. vi V er a vida, sua beleza, sem desistir. Eu pulava da rede, passava por baixo das outras, e corria pra cozinha aproveitando o cheiro espalhado do café. Lá, aquele sorriso falava... ... Há pouco mais de um ano nos despedíamos da guerreira que fora minha vó dona Ana. E o que sinto, não sei dizer. Ainda é dor. Mas os rastros libertários de amor iluminam as ruas escuras da ausência, quando a saudade pesa. --- A senhora sempre entendia os meus maiores sonhos, meus mais discretos sonhos. Quem sabe um dia