chovia em alguma parte...
chovia em alguma parte perto de ti. ventava quente nas velhas ruas que me estavam perto. ao ser tocada pelo vento enquanto o sol tecia seu verso diário de despedida lembrei-me do teu sorriso. sorriso que faz minha pele arder de desejo... numa necessidade pelo toque. pelo olhar. pela entrega. um esboço de noite pinta por entre as serras. vou-me para dentro. o relógio amaina o tempo. flutua. aqui, silêncios. meus. uma olhadela pela janela e o amarelo fraco ainda está no dossel da árvore. as crianças ainda brincam com a pipa. ela ondula e mergulha no céu farfalhando o vento, abismando movimentos rebeldes. tenta se libertar do pendulo inverso. lembrei-me das pipas que eu fazia também criança. de como também margeava a rua. mapeava o céu. pouco a pouco amando o azul mais. a casa da frente está fechada. não viu a luz do sol hoje. o livro que levei para fora é do gauche. mais uma rosa desfolha-se em palavras. ... tenho vontade de te escrever. ten